Dia excelente para um longo vôo, porém o vento E-ESE não facilitou a decolagem, onde algumas oportunidades foram perdidas diante das cicatrizes psicológicas ainda abertas do ultimo episódio de uma decolagem mal sucedida em Capitão Enéas há um mês atrás (somente susto).
A umidade do ar chegou a 11% em Montes Claros (e provavelmente menos em Cap. Enéas), caracterizando estado de emergência, onde 12% e o mínimo, segundo a Organização Mundial da Saúde. Nos primeiros 15min, já senti a turbulência que tal dia apresentava, me perguntando se não deveria abortar o vôo. A sensação era de que mesmo subindo rápido, a qualquer momento o velame desabaria, o que não acontecia, mas acabava com o meu psicológico, tão fragilizado pela baixa frequência de vôos - pelo menos comparado-se com anos anteriores.
Lúcio que havia decolado minutos antes, porém abortara o vôo em Barreiras, no entanto me confortou sobre a condição e possibilidades do dia. Resolvi dar mais uma chance e cruzar o montanha para o vale de Santa Rosa de Lima, onde peguei um canhão no sotavento dela, que me levou a uma altitude onde me sentia mais confortável, para um dia de tal turbulência e vento acelerado. Daí então resolvi proceder como de costume e curtir o vôo, tentando permanecer o maior tempo no ar mesmo tendo decolado tão tarde já quase no horário da "Turma do Lifão".
O topo da térmica estava nesse horário em aproximadamente pelo menos 3800m. Voava em uma rota já bastante voada por outros pilotos, porém era a minha primeira vez por ali, e não tinha nenhuma idéia clara de como deveria otimizá-la ou o que me esperava pela frente.
Me concentrei em tentar passar a minha posição através das referencias visuais, pois não tinha GPS com mapa, o que consegui com relativo sucesso, devido a experiência de contribuidor do TRACKSOURCE.
O Velho Chico (Rio São Francisco), já aparecia no visual, porém a deriva do vento me empurrava para cima do Canyon do Rio Mangaí, que fica a Oeste de Lontra (ver fotos), com sua vasta área de mata virgem e montanhas (um verdadeiro “Marlboro”), que talvez não fosse problema atravessar, porém como não tinha mapa, não sabia exatamente quão difícil seria o resgate pelas estradas de chão (leia-se areião) próximo do Rio, resolvi não abusar da boa vontade dos amigos, Lúcio, Luquinhas e Toninho, que seguiam logo atrás no resgate.
Decidi seguir a BR-135, e perdi alguns momentos fazendo fotos e enviando minha localização no WhatsApp, o que "ajudou" em muito a não chegar a Pedras de Maria da Cruz, que seria possível, mesmo com a deriva, caso tivesse me concentrado no võo. Voei de través por mais de 33km.
Pouso tranquilo, pra não arriscar, com a presença de alguns locais do Povoado de Bom Sucesso que vieram ver o o que havia pousado próximo a eles. Me ajudaram a dobrar o parapente e me deram uma carona para o povoado, de onde resolvi seguir em direção ao meu resgate, que vinha de Mirabela, numa carona que pedi na estrada.
Um dia clássico de vôo no Norte de Minas, mais característico de final de inverno e começo de primavera do que verão, com condições fortes e excelente possibilidades de distância, que poderiam ter sido melhor aproveitadas, caso tivesse com com a vela na mão, e com o preparo físico e psicológico em ótima forma, como exige nossa condição.
Lúcio e Toninho obrigado, mais uma vez pelo resgate e possibilitar essa experiência maravilhosa.
O próximo dia apresentou uma possibilidade de distâncias ainda maiores porém sem companheiros ou infraestrutura adequada para aproveitá-la.
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Dia excelente para um longo vôo, porém o vento E-ESE não facilitou a decolagem, onde algumas oportunidades foram perdidas diante das cicatrizes psicológicas ainda abertas do ultimo episódio de uma decolagem mal sucedida em Capitão Enéas há um mês atrás (somente susto).
A umidade do ar chegou a 11% em Montes Claros (e provavelmente menos em Cap. Enéas), caracterizando estado de emergência, onde 12% e o mínimo, segundo a Organização Mundial da Saúde. Nos primeiros 15min, já senti a turbulência que tal dia apresentava, me perguntando se não deveria abortar o vôo. A sensação era de que mesmo subindo rápido, a qualquer momento o velame desabaria, o que não acontecia, mas acabava com o meu psicológico, tão fragilizado pela baixa frequência de vôos - pelo menos comparado-se com anos anteriores.
Lúcio que havia decolado minutos antes, porém abortara o vôo em Barreiras, no entanto me confortou sobre a condição e possibilidades do dia. Resolvi dar mais uma chance e cruzar o montanha para o vale de Santa Rosa de Lima, onde peguei um canhão no sotavento dela, que me levou a uma altitude onde me sentia mais confortável, para um dia de tal turbulência e vento acelerado. Daí então resolvi proceder como de costume e curtir o vôo, tentando permanecer o maior tempo no ar mesmo tendo decolado tão tarde já quase no horário da "Turma do Lifão".
O topo da térmica estava nesse horário em aproximadamente pelo menos 3800m. Voava em uma rota já bastante voada por outros pilotos, porém era a minha primeira vez por ali, e não tinha nenhuma idéia clara de como deveria otimizá-la ou o que me esperava pela frente.
Me concentrei em tentar passar a minha posição através das referencias visuais, pois não tinha GPS com mapa, o que consegui com relativo sucesso, devido a experiência de contribuidor do TRACKSOURCE.
O Velho Chico (Rio São Francisco), já aparecia no visual, porém a deriva do vento me empurrava para cima do Canyon do Rio Mangaí, que fica a Oeste de Lontra (ver fotos), com sua vasta área de mata virgem e montanhas (um verdadeiro “Marlboro”), que talvez não fosse problema atravessar, porém como não tinha mapa, não sabia exatamente quão difícil seria o resgate pelas estradas de chão (leia-se areião) próximo do Rio, resolvi não abusar da boa vontade dos amigos, Lúcio, Luquinhas e Toninho, que seguiam logo atrás no resgate.
Decidi seguir a BR-135, e perdi alguns momentos fazendo fotos e enviando minha localização no WhatsApp, o que "ajudou" em muito a não chegar a Pedras de Maria da Cruz, que seria possível, mesmo com a deriva, caso tivesse me concentrado no võo. Voei de través por mais de 33km.
Pouso tranquilo, pra não arriscar, com a presença de alguns locais do Povoado de Bom Sucesso que vieram ver o o que havia pousado próximo a eles. Me ajudaram a dobrar o parapente e me deram uma carona para o povoado, de onde resolvi seguir em direção ao meu resgate, que vinha de Mirabela, numa carona que pedi na estrada.
Um dia clássico de vôo no Norte de Minas, mais característico de final de inverno e começo de primavera do que verão, com condições fortes e excelente possibilidades de distância, que poderiam ter sido melhor aproveitadas, caso tivesse com com a vela na mão, e com o preparo físico e psicológico em ótima forma, como exige nossa condição.
Lúcio e Toninho obrigado, mais uma vez pelo resgate e possibilitar essa experiência maravilhosa.
O próximo dia apresentou uma possibilidade de distâncias ainda maiores porém sem companheiros ou infraestrutura adequada para aproveitá-la.
Dymitr
PS: Meteo do dia:
http://portuguese.wunderground.com/history/airport/SBMK/2015/2/2/DailyHistory.html?MR=1
https://www.dropbox.com/sh/xy6n9la805hf4ff/AAAgez0dzGPmjl9-0raPhKwra?dl=0