Nome*
Email*
(Não será apresentado.)
Error Message

  
Tem certeza que deseja remover este comentário?SIM Cancel
Save changes Cancel
Leave a comment
Comments are enabled for this flight
This is the RSS link for this flight\'s comments
Copy Paste it into your RSS reader
Translate to

01.10.11 O Dia Perfeito

No início era a incerteza. Dia cirrado, teto baixo mais cedo, gente desistindo de voar e a previsão de vento Oeste para o dia seguinte.
O sábado estava pior que a sexta e o prego era uma sombra que assolava a todos na rampa.

Hoje ninguém queria ser o biruta.
Mas o tempo passa e a condição parece melhorar atras da rampa dando uma esperança de que pode haver um voo bom neste dia. Contudo o vento diminui na rampa e todos ainda receiam o prego.

Às 13:00 aceitamos que o prego é uma das consequência do voo hoje e começamos a nos preparar para decolar, sonhando em ganhar a altitude dos urubus que observávamos que deveriam estar a uns meros 500 m da rampa.

Como dizem os mais observadores,às 13:21 as asas começam a decolar esperando uma condição mágica e perpétua que que começa a aparecer sempre neste horário segundo a lenda.

Então resolvemos esperar as asas birutarem. Haviam 3 asas e após a decolagem da primeira enchemo-nos de coragem e começamos a partir.

Acho que fui o 5 a decolar e assim que decolei já catei uma que em sete minutos me levou a 700 m. As asas rastejando do outro lado do GAP apontavam onde estavam disparando as térmicas e mandamos para lá.

Daí para frente, foi tranquilo, sem nada de diferente até o meio da lagoa onde fui catapultado a 2100 da rampa. Só alegria.

Dei um tiradão para Brasilinha, sempre olhando para a base das nuvens. Peguei outra na entrada de Brasilinha que me catapultou a uns 2300 da rampa.
Quase entubei. Resolvi continuar e não entubar por dois motivos, vi uma cloud street para a lagoa da Embrapa e eu estava nela e meus dedos estavam começando a ficar dormente de frio. Por curiosidade verifiquei a temperatura: 3ºC.

A partir daí vi que a condição estava fechando com nuvens tampando o sol no lado norte da rota e sombreando tudo para aquelas bandas. Não fosse o suficiente, a névoa começava a diminuir o campo de visão. Já não distinguia os morros da serra do Maranhão.

Passando Planaltina - DF, grudei os olhos no PCAS para não ser surpreendido por algum avião.Tudo correu tranquilo, pude manter uma altitude que me permitiu tirar para a guerra eletrônica e chegar relativamente alto lá.

Fiquei apreensivo neste ponto pois a área sombreada já alcançava a rota dali para a esplanada e sabia que se não encontrasse mais térmica ia "morrer" na praia (literalmente na praia de ramos de Brasília).

Mas ainda tinha uma esperança pois resolvi passar no único local em que os raios de sol, mesmo abrandados pelos cirrus nas camadas superiores, ainda podiam aquecer o terreno.Sabia que se houvesse térmica ela seria desprendida próximo ao lago e então não me perturbei ao passar pela área ensolarada e a descendente continuar. Estava disposto a achar uma térmica ou "morrer" na praia.

Ela estava lá. Meio fraca, mas estava. E estava derivando para a esplanada. Pouco mas estava. Pensei, daqui não saio, daqui ninguém me tira.

Fui subindo e observando o que dava para observar. Cada vez menos com a altitude maior. A névoa estava encobrindo tudo. Mal via a ponte JK. Para o lado da água mineral parecia que tinha nuvem de chuva tamanha era a escuridão abaixo das nuvens.

De olho no PCAS acompanhei jatos decolando, passando alto, indo para pouso. Tudo de olho no PCAS pois só uma vez eu vi um jato passando a 1500 m acima de mim depois de o PCAS tê-lo detectado. Abaixo passaram uns 3 aviões à hélice muito baixo e... só.

Conferi no meu integrado: já tinha altura para chegar na esplanada com apenas 800 m da rampa de altitude. Resolvi garantir e subir a 1200 m da rampa antes de tirar.

Quando comecei a tirada final eu estava muito proximo de atravesar o lago.

O integrado apontava que chegaria com uma altura entre 500 e 1200 m na esplanada.

Daí foi só curtir o visual. Cheguei no canteiro central da esplanada com uns 600 m e começei a passar por cima dos prédios, teatro nacional e rodoviária. Pensei em ir a torre de tv tal era a altura que cheguei. Acho que até dava para ir mas demorei para decidir e então curti a torre da rodoviária mesmo. Pouso super tranquilo e sozinho, eu pensava, pois o resgate ia demorar.

Que nada, ao pousar, quem aparece tão contente quanto eu? O Chico, nosso famoso Águia Voadora que veio me recepcionar e aproveitou e tirou  umas fotos do pouso. Valeu Chico. Valeu mesmo.

Brinquei com ele dizendo que agora eu tinha uma testemunha. kkkk. Fiquei muito feliz pelo voo, nesta condição e de certa forma fiquei de "alma lavada".

O que mais posso dizer deste dia, 01.10.11?

O DIA PERFEITO

Valeu galera.

BrasilRafael de Araujo Verlangieri @ 2011-10-02 04:14:08 GMT Idioma Translate   
Reply