O tapa do Monstro
Rampa norte do Pico Agudo com vento de superfície de grau 3 na escala de Beaufort, mas que permitiu decolagem segura e permanência de poucos minutos na região em frente à rampa. Após todos saírem para o Vale (Fernando, Urso, Caixote) e sem muita altura, parti atrás, mas usei, inadvertidamente, uma rota pelo rotor.
Não demorou muito e: colapso 100% do velame!
A asa simplesmente sumiu para trás, afrouxando os tirantes e emitindo um som de desmonte. Ao voltar energizada ela avançou e se posicionou a frente, abaixo do horizonte, com a esquerda ainda mais abaixo. Sem input nenhum e apenas acompanhando o desenrolar do caso, a asa foi para trás novamente. Ao voltar e seguir para o próximo avanço, voltei a sentir sustentação e retomei o controle contendo-o com a asa bastante energizada guinando para a esquerda e a força G em seu maior ponto, fazendo a cabeça pesar e tornando a intimidade com a selete bem intensa. A manobra totalizou em um giro de 270 graus. Apesar das expressivas taxas máximas de descida e subida registradas pelo variômetro de pulso (abaixo), a sensação não é de queda e não é abrupta, e sim progressiva, sobretudo na retomada do voo. Considerando a resolução dos dados do log coletados pelo App XCSoar instalado em celular sem barômetro, a perda de altura causada pelo colapso não superou 20 metros.
A situação talvez não tenha sido pior porque saí da área da rampa norte devido a uma acalmada do vento, causa da perda de altura e motivo para não ficar mais e direcionar para o Vale. Se fosse em momento de rajada os detalhes seriam outros.
Um erro grosseiro corrigido devido à tecnologia empregada nos projetos dos parapentes modernos, à homologação do equipamento compatível com a pilotagem e a capacidade de manter a tranquilidade para dar os inputs corretivos adequados.
Lembranças em flash: a sensação do desaparecimento da vela p/ trás e o barulho súbido; asa a frente e abaixo do horizonte; montanha, que inicialmente estava atrás, à frente, devido ao giro. Não passou pela cabeça a possibilidade de buscar a alça do reserva (depois do pouso, ficou a reflexão: se fosse necessário, buscaria a tempo?).
Depois disso, enquanto parceiros voavam, não encontrei nada além de poucas bolhas insustentáveis e fiz um voo com fim precoce. Em seguida, subi e decolei novamente para mais 65 minutos de voo, ainda com vento com as mesmas características iniciais.
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O tapa do Monstro
Rampa norte do Pico Agudo com vento de superfície de grau 3 na escala de Beaufort, mas que permitiu decolagem segura e permanência de poucos minutos na região em frente à rampa. Após todos saírem para o Vale (Fernando, Urso, Caixote) e sem muita altura, parti atrás, mas usei, inadvertidamente, uma rota pelo rotor.
Não demorou muito e: colapso 100% do velame!
A asa simplesmente sumiu para trás, afrouxando os tirantes e emitindo um som de desmonte. Ao voltar energizada ela avançou e se posicionou a frente, abaixo do horizonte, com a esquerda ainda mais abaixo. Sem input nenhum e apenas acompanhando o desenrolar do caso, a asa foi para trás novamente. Ao voltar e seguir para o próximo avanço, voltei a sentir sustentação e retomei o controle contendo-o com a asa bastante energizada guinando para a esquerda e a força G em seu maior ponto, fazendo a cabeça pesar e tornando a intimidade com a selete bem intensa. A manobra totalizou em um giro de 270 graus. Apesar das expressivas taxas máximas de descida e subida registradas pelo variômetro de pulso (abaixo), a sensação não é de queda e não é abrupta, e sim progressiva, sobretudo na retomada do voo. Considerando a resolução dos dados do log coletados pelo App XCSoar instalado em celular sem barômetro, a perda de altura causada pelo colapso não superou 20 metros.
A situação talvez não tenha sido pior porque saí da área da rampa norte devido a uma acalmada do vento, causa da perda de altura e motivo para não ficar mais e direcionar para o Vale. Se fosse em momento de rajada os detalhes seriam outros.
Um erro grosseiro corrigido devido à tecnologia empregada nos projetos dos parapentes modernos, à homologação do equipamento compatível com a pilotagem e a capacidade de manter a tranquilidade para dar os inputs corretivos adequados.
Lembranças em flash: a sensação do desaparecimento da vela p/ trás e o barulho súbido; asa a frente e abaixo do horizonte; montanha, que inicialmente estava atrás, à frente, devido ao giro. Não passou pela cabeça a possibilidade de buscar a alça do reserva (depois do pouso, ficou a reflexão: se fosse necessário, buscaria a tempo?).
Depois disso, enquanto parceiros voavam, não encontrei nada além de poucas bolhas insustentáveis e fiz um voo com fim precoce. Em seguida, subi e decolei novamente para mais 65 minutos de voo, ainda com vento com as mesmas características iniciais.
Asc: 6.3
Desc: 11.9
Ganho: 48
Tempo: 00:23